Wednesday, September 20, 2023

 Minhas canções

17 Canções

 

1 - Pouca consoante

 

Eu sou só seu

Sim, eu sou só seu

Eu só sei ser assim

 

Mas eu sou só seu

Sim, eu sou só seu

Eu só sei ser assim

 

Sim, só sei ser seu

Só sei ser seu

Só seu, sou sim

Sou...

 

Sim, só sei ser seu

Só sei ser seu

Só seu, sou sim

Sou...

 

Sim, só sei ser seu

Sem isso eu sou só

 

Um só...

 

 

2 - Não passo sem você

 

Só passei pra dizer

Que não passo bem

Que não passo sem

Você

 

Sem você

Eu já não durmo

Eu não relaxo

Eu perco o rumo

E não me acho

Eu pego e sumo

Eu tô pra baixo

 

Eu passei a entender

Que não posso nem

Que não posso sem

Você

 

Sem você

Eu bebo, eu fumo

Eu não relaxo

Eu perco o prumo

E não me acho

Eu não me arrumo

Eu tô pra baixo

 

Só sei que agora não tem mais graça

Eu brigo com a hora e o tempo não passa

Você foi embora e não há o que faça

 

Eu esquecer de você

E aquele prazer, onde foi, cadê?

Vem me dizer o porquê

Desse fracasso

Eu não passo

Sem você

Êêêê...

 

 

3 - Tá louco!

 

Saiba que eu de nada sei

Além de mim e ainda assim

Bem pouco

Já faz tempo eu desisti

De ir a fundo

E explicar o mundo

Tá louco!

Tá louco!

 

Mas lá fora toda aquela gente

Que não pensa assim chega e diz pra mim

Queremos tudo

Eles não conseguem entender

Essa minha atitude

Sugerem que eu mude

E eu não mudo

Eu não mudo!

 

Saiba que eu nada vou fazer

Está bom pra mim, aceito a vida assim

Assim aos poucos

Já faz tempo eu percebi

Que lá no fundo

Quase todo mundo

Tá louco!

Tá louco!

 

Mas também eu posso estar maluco

Pode ser que sim, já disse que de mim

Não sei tudo

Eu não tenho lá muitas certezas

E até que isso mude

Não tomo atitude

Fico mudo

Fico mudo!

 

 

4 - A casa é sua

 

Se você quiser dormir aqui

Nem precisa pedir

Você sabe a casa é sua

Quando estiver na rua

Você pode bater à minha porta

Mesmo a horas mortas

Qualquer momento enfim

A qualquer momento enfim

A qualquer momento enfim

A qualquer momento enfim

A qualquer momento enfim

 

E se você já está mesmo a caminho

Vou abrir um bom vinho

Servir a tua taça

E ficar rindo de graça

Porque essa alegria imensa

Só a tua presença

É que desperta em mim

É que desperta em mim

É que desperta em mim

É que desperta em mim

 

 

 

5 – Não!

 

Não, não diga que me ama

Me poupe desse drama

Que eu já conheço bem

Não, não vamos ir além

Hoje eu me decidi

Nossa história acaba aqui

Já é página virada

Isso não vai dar em nada

 

Oh, ex-amor, eu estou indo embora

Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora

 

Não, não vale mais a pena

Insistir e fazer cena

Isso nunca funcionou

Não, é o fim do nosso show

É cada um pra um lado

Nós dois já é passado

Aceite numa boa

E procure outra pessoa

 

Oh, ex-amor, eu estou indo embora

Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora

 

Não, não posso, eu não aguento

Acabou o sentimento

E então ficou o quê?

Não, é melhor nem saber

No que virou o romance

Depois de tanta chance

Depois de tanta espera

E o que houve já era

 

Oh, ex-amor, eu estou indo embora

Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora

 

Não, não vai ter outra vez

E em bom português

Para você entender

Não, não foi um prazer

Esperar uma mudança

E mudar a esperança

Enquanto tantos planos

Morriam com os anos

 

Oh, ex-amor, eu estou indo embora

Nem sei pra onde mas eu tô dando o fora

 

E obrigado por me endurecer um pouco mais

E obrigado por me ensinar o que deixar pra trás

Eu aprendi com os seus erros e com os meus

Desaprendi a dizer “te amo” e aprendi “adeus”

 

 

6 - Portoalegrando

 

O Guaíba à tarde engole o sol

Um rastro de luz se estende e conduz

O meu olhar ao fim do dia

 

Nunca me canso de andar nas ruas

Nem sempre belas, porém todas elas

Porto Alegre, são poesia

 

 

Os pombos lá no largo do Mercado

Numa tarde fria

Me entristecem

Mas se alçam voo para todo o lado

E Alegram as crianças

Então me alegram

 

Ah, ahhhh... Alegre Porto

Ou nem tanto, nem tanto...

Não importa, eu te amo

Aos risos e aos prantos

Não importa, eu te amo...

 

Tomar um mate lá na Redenção

É assim, tão bom, Bom Fim

Fim de semana com os amigos

 

Feira do Livro, flor de primavera

Ipês floridos, tanto pra ser lido

Vem que eu quero ir contigo

 

E às vezes um pequeno verso à toa

Do velho Quintana

Me entristece

Mas sei que é uma tristeza boa

Palavras que amanhã numa canção

Me alegrarão

 

Ah, ahhhh... Alegre Porto

Ou nem tanto, nem tanto...

Não importa, eu te amo

Aos risos e aos prantos

Não importa, aqui em Porto... Alegre.

 

 

 

7 - Ruiva

 

Ruiva, onde essas pernas vão te levar?

Ruiva, por favor, não mande um postal quando chegar lá

 

Ruiva, onde foi parar a minha razão?

Ruiva, por favor, esteja de volta no primeiro avião

 

Ruiva, tu alças voos altos, altos, altos

E então não pode saber

 

Ruiva, que eu aqui embaixo, baixo, baixo-astral

Não quero ler

 

Os postais desses locais pra onde tu vais, não quero mais

Os postais desses locais pra onde tu vais, não quero mais

Receber

 

(atention, passengers to Porto Alegre...)

 

Berlim, Hong-Kong, Buenos Aires, Moscou...

E eu aqui sozinho, sempre no mesmo caminho

Onde você nunca mais passou

 

Havana, Cairo, Abu-Dabi, Paris...

E eu aqui esperando, lembro vez em quando

Um tempo em que eu era feliz

 

Ruiva, ruiva, ruiva...

 

Ruiva, volta pra casa

Ruiva, volta pra cá (3x)

 

Ruiva...

 

 

8  - Histrião na corda-bamba

 

Meu nome se perde em frases de efeito

Como um samba-de-breque ele fica na promessa

Tudo o que sai de mim

Gagueja-se

Ga-ga-ga-ga-ga-gagueja sem parar

 

Me repeti mil vezes até perder o sentido

E agora meu nome é caso de estudo

Semântico, modal

Gramático

Gra-gra-gra-gra-graceja sem parar

 

Alguém gritou pra mim: pare com esta bagunça!

Era um bom senhor, acho que não tinha nome

Peguei meu guarda-chuva e mandei uma tromba d'água

Depois fiquei parado, pingando sem parar

O que mais esperar

De um histrião na corda-bamba?

 

Meu nome se esconde em pinturas de caverna

Como um borrão de tinta ele conta uma história

Tudo o que sai de mim

Traceja-se

Tra-tra-tra-tra-traceja sem parar

 

Me refleti mil vezes até quebrar o espelho

E agora meu nome passeia requebrado

Claudica, manquitola

Trôpego

Tro-tro-tro-tro-tropeça sem parar

 

Alguém gritou pra mim: pare com essa baderna!

Era um bom senhor, acho que não tinha fome

Peguei o meu cachimbo e mandei língua de fogo

Depois fiquei parado, pitando sem parar

O que mais esperar

De um histrião na corda-bamba?

 

Meu nome se perde em frases sem sentido

Me repeti mil vezes até perder o efeito

Tudo o que sai de mim

É o que me der na louca

Na louca, la, la, la, la, la...

 

 

9 - Morena

 

Morena, olha que isso não se faz

Saiba que eu já não aguento mais

Eu tô pensando em me atirar do cais

Morena tu tá sendo muito dura

Eu tô à beira da loucura

Por favor, volta atrás!

 

Morena, tá me dando um mal-estar

Aqui tá tudo fora do lugar

Me diz onde é que isso vai parar

Morena sei que dei uma bola fora

Vou mudar a partir de agora

Por favor, volta pro lar

 

Morena, se tu voltar, juro que eu vou mudar

Já mudei

E a nossa vida vai melhorar

Eu sei

 

Morena, eu e o gato estamos sós

A gente só queria ouvir tua voz

Caramba, que saudade mais atroz

Morena, aquela casa é só tristeza

Vou deixar a luz acesa

Por favor, volta pra nós

 

Morena, eu tive até pedra no rim

Juro, nunca vi uma dor assim

Achei que dessa vez era o meu fim

Morena, eu fiquei desesperado

Sem ninguém lá do meu lado

Por favor, volta pra mim

 

Morena, se tu voltar, juro que eu vou mudar

Já mudei

E a nossa vida vai melhorar

Eu sei

 

Achei que dessa vez era o meu fim

Caramba, que saudade mais atroz

Me diz onde é que isso vai parar

Eu tô pensando em me atirar do cais

 

Saiba que eu já não aguento mais

Aqui tá tudo fora do lugar

A gente só queria ouvir tua voz

Juro nunca vi uma dor assim

 

Morena, eu tive até pedra no rim

Morena, eu e o gato estamos sós

Morena, tá me dando um mal estar

Morena, olha que isso não se faz

 

Morena, por favor, volta atrás

Morena, por favor, volta pro lar

Morena, por favor, volta pra nós

Morena, por favor, volta pra mim

 

 

 

10 - Dona das Dores

 

Dona das Dores nasceu Maria

Mas foi das Dores até morrer

Dona das Dores de todo dia

Tanta espera, tanto sofrer

 

Dona das Dores casou bem cedo

Saiu da roça com muitos planos

Mulher de fibra não tinha medo

Esperava um filho pro fim do ano

 

Mas a das Dores não esperava

Ficar viúva tão de repente

Aquele homem que ela amava

Morreu na obra, num acidente

 

Dona das Dores sofre deveras

E todo dia só faz chorar

Mas a criança que ela gera

Aos poucos cura o seu pesar

 

Dona das Dores então espera

E não se deixa desesperar

 

Dona das Dores trabalhadeira

Nada faltava pro seu rapaz

Pagou estudos, sonhou carreira

Esperava aumento pra sonhar mais

 

Mas a das Dores não esperava

O congelamento da sua poupança

Naquela conta depositava

Além dos trocos, uma esperança

 

Dona das Dores que persevera

Trabalha em dobro pra compensar

E se permitem ser bem sincera

Ela nem gosta de descansar

 

Dona das Dores então espera

E não se deixa desesperar

 

Dona das Dores quanto alvoroço

Estava mesmo lá nas alturas

Tão orgulhosa junto ao seu moço

Esperava o dia da formatura

 

Mas a das Dores não esperava

Naquela noite perder seu filho

Como é que pode uma vida escrava

Não ter mais força do que um gatilho?

 

Dona das Dores, ah quem lhe dera!

Tivesse jeito de superar

Uma tristeza que dilacera

Um desconsolo que não tem par

 

Dona das Dores não mais espera

Ela se deixa desesperar

 

-------

 

Dona das Dores do seu destino

Peito apertado, alma sofrida

Perdeu seu homem e o seu menino

O que mais pode perder na vida?

 

Dona das Dores nasceu Maria

E foi das Dores sem reclamar

Mas ela nunca esperou que um dia

Já não teria o que esperar.

 

 

 

11 - Gaúcho Ideal

 

Sou hoje um velho gaúcho

Que vai diminuindo o passo

Que traz na garupa o cansaço

Dos longos anos de andança

 

Já não tenho a mesma confiança

Nesse braço que impunha respeito

Que amansou muito mau sujeito

Sempre andou em cintura de china

Redomão segurou pelas crinas

E na lida adiantava um eito

Redomão segurou pelas crinas

E na lida adiantava um eito

 

Perdi as rédeas do tempo

Que partiu num galope apressado

E já não sei quanto povoado

Vi aos poucos se encher de tapera

 

Ah, ainda lembro como era

Apear na estância, dormir no galpão

Contar causos num fogo de chão

Enquanto a carne pingava na brasa

Enquanto a velha chaleira chiava

E o mate amargo trocava de mão

Enquanto a velha chaleira chiava

E o mate amargo trocava de mão

 

E teve um dia numa invernada

Encontrei uns moços lá da cidade

Que me disseram a troco de nada

"O senhor é um mito,

O senhor é um mito de liberdade"

 

Também disseram que hoje em dia

Sou festejado na tradição

Um personagem de poesia

Que bem se presta

Que bem se presta pra uma canção

 

Gaúcho a cavalo, gaúcho nobre,

O bom gaúcho, gaúcho ideal (3x)

 

Esse mundo que trago

Vou perder nos pagos

No meu galope final (3x)



12 - O Homem do Livro

 

Enquanto o mundo gira

Pessoas e suas regras

Aqui e acolá

 

Enquanto o dia expira

E pessoas correm cegas

Pra lá e pra cá

 

Um homem está

Sob o luar

Um homem está

Sob um céu vivo

Um homem está

Noutro lugar

Um homem está

Dentro de um livro

 

E sem dar por si

O homem do livro sorri

E sorri, e sorri, e sorri...

 

O mundo segue

E pessoas correm cegas

 

O dia corre

E pessoas seguem regras

 

(Espia quem pira e expia

na espiral que expira)

 

Mas um homem está

Sob o luar

Um homem está

Sob um céu vivo

Um homem está

Noutro lugar

Um homem está

Dentro de um livro

 

E sem dar por si

O homem do livro sorri

E sorri, e sorri, e sorri...

 

E ainda está sorrindo

Quando fecha o seu livro

De poesia

 

E ainda está sorrindo

Quando nasce o grande sol

De um novo dia

 

 

 

13 - Ai, que bom!

 

Acordar bem cedo todo dia

E ir para o trabalho

Não é o que eu queria

Não é isso que eu valho

Cadê minha alegria?

Troquei por um salário

Eeeeeeuuuuuu

Peguei e troquei por um salário

(mas que otário!)

Estudar pra ser alguém na vida

E ter um bom emprego

Que lógica sofrida!

Que presente de grego!

Mentiram na partida

Eu corro e nunca chego

Eeeeeeuuuuuuu

Eu corro, corro e nunca chego

(trabalha, nego!)

 

E ainda outro dia eles vieram me dizer:

Que feliz que é você

Que trabalha todo dia

O trabalho é uma alegria

O trabalho enobrece

Então vê se não se esquece

Ignora essa tristeza

Só tem boia na mesa

Quem vive pro trabalho

Ai, que bom ter um salário

Ai, que bom ter um salário

Ai, que bom ter um salário

Ai, que bom ter um salário

 

Que bom enriquecer o meu patrão (ai, que bom!)

Viver destas migalhas que me dão (ai, que bom!)

Essa nova forma de escravidão (ai, que bom!)

Se lá em casa tem televisão (ai, que bom!)

No fim do mês pagar a prestação (ai, que bom!)
Ir a igreja pra buscar a salvação (ai, que bom!)

E nunca, nunca, nunca dizer não

Ai, ai, ai... ai, ai, que bom!

 

 

14 - Tão longe, tão perto!

 

Ele um dia abriu a porta e saiu

Ia até a esquina comprar alguma coisa

Mas naquela tarde uma vontade de andar

 

Foi caminhando meio sem rumo

E chegou a noite e ele olhou pra trás

Viu sua cidade ao longe se apagar

Mas já era tarde, muito tarde, e ele não

Ele não quis mais voltar

 

E nem se perguntou

De onde aquelas asas

Que o fizeram ir

Pra tão longe de casa

 

Ela um dia olhou uma foto e sorriu

Depois de muito tempo sentia alguma coisa

No outro lado do mundo, outro lado do mar

 

Foi então que saiu do trabalho

Juntou suas coisas e abraçou alguns amigos

Carinho por aquela gente e aquele lugar

Mas já era tarde, muito tarde, e ela não

Ela não quis mais ficar

 

E nem se perguntou

De onde aquelas asas

Que a fizeram ir

Mais uma vez pra casa

 

O mundo pode ser seu

Sua casa em qualquer lugar

Mas se ainda não esqueceu

Depois de tantos giros que deu

Então é hora de voltar

 

Porque o seu lar

É onde o coração está

 

 

 

15 - Sobrenome Estrabulega

 

Oi, como vai? Prazer!

Permita que eu me apresente

Sou aquele que sempre quis ser

Sou eu mesmo, sou diferente

 

Eu sou o tipo que não sossega

Que tropeça, corre, escorrega

Sou o maluco que é e não nega

Mesmo porque o olhar já entrega

Sou aquele que foge à regra

Mas que não foge duma refrega

 

Eu sou a lâmpada que o gênio esfrega

Oi, como vai? Prazer!

O meu nome é Pra Valer

O sobrenome é Estrabulega

 

Oi, como vai? Tudo bem?

Permita que eu me explique

Vim aqui para ir além

Eu vim pra que nada fique

 

Vim pra passar a régua

E pra dizer: acabou a trégua

Vim fazer festa nesta bodega

Deixar o povo invadir a adega

Vim brigar com essa fé cega

E mostrar que é falso aquele que prega

 

Eu vim, vê se me enxerga

Oi, como vai? Tudo bem?

O meu nome é Esse que Vem

O sobrenome é Estrabulega

 

Oi, como vai? Encantado!

Permita que eu dê um aviso

Eu vou para o outro lado

Eu vou porque é preciso

 

Vou acertar na mosca, acertar na Mega

E lavar a alma, lavar a égua

Vou compor um rock, talvez um brega

Rir de mim mesmo por ser piegas

Vou dar uma banda na Noruega

Ou quebrar a banca lá em Las Vegas

 

Eu vou, eu vou e ninguém me pega

Oi, como vai? Encantado!

O meu nome é Bem Pensado

O sobrenome é Estrabulega.

 

 

 

16 – Todo o tempo do mundo

 

Um dia depois do outro e enfim

Não vai doer tanto assim

Aceitar que ela se foi

Que ela não está

E que nossa casa já foi

Um dia, um lar

 

Agora é apenas lembrança

Já nem abriga a esperança

De vê-la em breve voltar

De uma longa viagem

Trazendo além da bagagem

Uma alegria no olhar

 

Pois no outro lado do mundo

Ela pensava em mim

Ela contava os segundos

 

Para retornar (3x)

 

Um dia, uma semana, um mês

Um ano ou dois talvez

Vou conseguir esquecer

Vou tentar ir adiante

Porque se não esquecer

Aquela vida de antes

 

A cada nova lembrança

Vai ressurgir a esperança

De vê-la em breve chegar

Dizendo “eu não fui embora,

Amor, desculpe a demora

Amor, eu vim pra ficar

 

E viver cada segundo

Mesmo que a gente disponha

De todo o tempo do mundo

 

Pra recomeçar” (3x)

 

 

17 – Como o ditado diz

 

Como eu queria

Ter você

Bem pertinho de mim

É tão triste quando a gente

Vive assim

Solidão sem fim

Solidão

 

Eu tentei, eu fiz de tudo

O que dava pra fazer

Todo dia eu queria

Ser melhor só pra você

 

Jogada errada, rapaz!

A sua amiga

Tem seus planos também

Ela quer ganhar o mundo

E não precisa de você

E não precisa de ninguém

 

Então vá!

E seja feliz!

Eu fico com esta saudade

É como o ditado diz:

Quem ama, não prende

Quem ama, deixa em liberdade

Deixa em liberdade

 

Mas eu tentei, eu fiz de tudo

O que dava pra fazer

E todo dia eu queria

Ser melhor só pra você, ê, ê, ê...

 

E você foi

E foi feliz

E eu com esta saudade

A droga do ditado diz:

Quem ama, não prende

Quem ama, deixa em liberdade

Deixa em liberdade

 

 

18 – E olhe lá!

 

Você que não sabe o que tem de fazer

Você que não sabe pra que lado correr

Você, você

 

Você que não sabe qual é a jogada

Você que não sabe a resposta de nada

Você, você

Que não sabe o porquê

 

Girando em vão

Procurando razão

Te liga, irmão

Só o que salva é o tesão

E olhe lá

Lá, lá, lá

Lá, lá, lá... (2x)

 

E olhe lá

Quem vem vindo

É o amor da sua vida

Agora tudo é tão lindo

Vale a pena ainda

 

Continuar sem a resposta

Insistir mais um pouco no drama

Sempre ao lado de quem se gosta

Sempre junto de quem se ama

Sempre junto de quem se ama (2x)

 

Você acha que sabe o que tem de fazer

Você acha que sabe pra que lado correr

Você, você

 

Você acha que sabe qual é a jogada

Você acha que sabe, mas não sabe de nada

Você, você

Que não sabe o porquê

 

Girando perdido

Procurando sentido

Te liga, querido

O que salva é a libido

E olhe lá!

Lá, lá, lá

Lá, lá, lá...(2x)

 

E olhe lá

Quem vem vindo

É o peso dos anos

É o castelo ruindo

São mais perdas e danos

 

Continuar sem a resposta

Insistir mais um pouco no drama

Outro dia, outra aposta

Segue a saga eterna e humana

Segue a saga eterna e humana (2x)

 

19 - Mudanças

Eu tô aqui

No nosso apê

Tá me dando um mal estar

Eu desligo a TV

Eu não consigo desligar

 

Se você se foi

E não vai mais voltar

Será que já tem

Um outro alguém

Aí, no meu lugar?

 

Eu tô aqui

No nosso bar

Tá me dando uma deprê

Tá na hora de parar

Eu tô bebendo pra esquecer

 

Que você se foi

E não quer mais me ver

Será que alguém

Agora tem

O que eu não posso ter?

 

Eu não sabia

Que era o fim

E que doía

Viver assim

 

Você foi embora

Nem disse “adeus”

E acho que agora

Quem vai sou eu

 

Eu vou mudar

Eu vou procurar

Um novo apê

Pois tudo aqui dentro

Faz lembrar de você

 

20 – Trem de Todos

 

Já não lembro mais do dia em que subi neste trem

Se tinha um destino traçado, esqueci também

Mas sei que não dá pra voltar ao ponto de partida

Todo mundo aqui só ganhou o bilhete de ida

 

Tanto céu, tanta paisagem

Tanto chão nesta viagem

O grande trem nunca para de rodar

Embarco sempre no vagão

Mas numa ou outra estação

Às vezes dá uma vontade de ficar

 

Vida, trem desgovernado e lindo

Me dá um adeus, eu já vou indo

 

Agora já faz um bom tempo que sigo em frente

Vejo coisas que já conhecia, parecem tão diferentes

Não sei se está longe ou perto o meu fim da linha

Em alguma parada deixei essa angústia que eu tinha

 

Tanto céu, tanta paisagem

Tanto chão nesta viagem

O grande trem nunca para de rodar

Alguém me acena da estação

Eu tomo assento no vagão

Um apito que me faz continuar

 

Vida, coisa complicada e bela

Me dá um adeus, eu vou com ela

 

Passei por tristeza e dor, fui até solidão

Cidades onde deixei pedaços do coração

Mas por alegria, sonhos e amores também

Já vai longe o dia em que eu subi neste trem

 

Tanto céu, tanta paisagem

Tanto chão nesta viagem

O grande trem nunca para de rodar

Tem lugar no meu vagão

Não era esta a tua estação?

Então vem comigo, vamos lá

 

Vida, pra onde vai, eu me pergunto

Me dá um adeus ou vamos juntos

 

 

21 – Para o Pará (e sem parar)

 

Enquanto eu não chegar em Belém do Pará

Meu bem não vou parar.

Em São Paulo, nem vem não vou parar

Rio de Janeiro, também não vou parar

Em Salvador, não me convém parar

E no Recife, por bem não vou parar

Para nada nem ninguém eu vou parar

Pode parar de perguntar

Eu já disse e repito 

Fica tudo mais bonito

Onde o meu amor está

E só quando eu chegar lá

Nesse lugar bendito

Vou deixar de estar aflito

Só então eu vou parar

Só em Belém do Pará

‘Bora logo e sem parar

Pro belo Belém do Pará

 

Na internet conheci uma guria lá de cima

Do tipo que a distância desanima

Mas um dia ela me disse: vou aí lhe visitar

Pois venha, eu respondi, venha já

Porque eu desse torrão nunca vou arredar pé

Então venha e fique o tempo que quiser

 

Não deu uma semana e chegou a tal guria

Meu deus! Era tudo o que eu queria

Custei a acreditar no tamanho da minha sorte

Um sulista que agora tinha um norte

Mais tarde num barzinho lá na Cidade Baixa

Perguntei: e nós dois... o que tu acha?

 

Respondeu com um beijo daqueles de cinema

Parecia tudo certo, mas que pena!

Era um inverno de congelar a alma

E por isso ela me disse muito calma:

Olha, gauchinho... gostei muito de você

Mas com esse frio não dá pra ser

 

Amanhã eu vou voltar, amanhã vou dar o fora

Se quiser ficar comigo, então vambora...

Cumprindo a sua promessa no outro dia ela partiu

E eu juro que ficou ainda mais frio
Mas no fim daquele mês depois de muito sofrer

Eu já tinha decidido o que fazer

 

Enquanto eu não chegar em Belém do Pará

Meu bem não vou parar.

Em São Paulo, nem vem não vou parar

Rio de Janeiro, também não vou parar

Em Salvador, não me convém parar

E no Recife, por bem não vou parar

Para nada nem ninguém eu vou parar

Pode parar de perguntar

Eu já disse e repito 

Fica tudo mais bonito

Onde o meu amor está

E só quando eu chegar lá

Nesse lugar bendito

Vou deixar de estar aflito

Só então eu vou parar

Só em Belém do Pará

‘Bora logo e sem parar

Pro belo Belém do Pará

 

Bora, bora, bora já

Bora, bora, bora lá

Lá, lá, lá, lááááá...

 

 

22 – Pedro Rocha

 

Pic, pic, pic...
Vida dura, hein, Pedro?

Já sabe qual é o teu futuro?

Vou cantar essa pedra pra ti...(falado)

 

Pedro Rocha, racha pedra

Racha pedra, racha pedra

Racha pedra na pedreira

E a vida racha Pedro

Racha Pedro, racha Pedro

Racha Pedro à sua maneira

 

Racha, racha, racha

 

O filho de Pedro na pedra

A esposa com pedra no rim

No sapato de Pedro outra pedra

De onde sai tanta pedra assim?

 

Racha, racha, racha

 

No meio do caminho uma pedra

E depois outras tantas iguais

Sempre o começo de um novo tropeço

Uma vida com pedras demais                   

 

Racha, racha, racha

 

Sísifo Pedro, levanta bem cedo

Rola sua pedra sempre no horário

Empurra, empurra essa vida tão burra

Pedro, o estercorário

 

Vida de pedra, via de regra, vida de merda